sábado, 24 de novembro de 2012

Obesidade na Escola


Obesidade na Escola
Jaguaracy Conceição
Um olhar mais aguçado nas escolas quer sejam públicas, quer sejam privadas, permitirá perceber a prevalência do aumento de peso em crianças e adolescentes de ambos os sexos, o que poderá levar às doenças crônicas na idade adulta como: hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares.
Vários aspectos contribuem para esse aumento e a Organização Mundial de Saúde (OMS) já classifica a obesidade como doença. Os aspectos psicológicos, econômicos, culturais, sociais, distúrbios metabólicos e fatores de ordem genética, tornam a obesidade um problema complexo, sendo extremamente importante determinar a sua causa, para que se possa preveni-la e tratá-la.
Apesar de a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) incluir a Educação Física como componente curricular obrigatório da educação básica e os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física (PCNEF) a mostrarem como a responsável pela inclusão do(a) corpo discente na cultura corporal do movimento, com o fito de manter e melhorar a saúde, tem-se observado na escola pública, que a cada dia crianças e adolescentes vêm se tornando mais inativos, ociosos e ausentes às aulas práticas.
Daí, a observação na atualidade, de que há nas escolas um elevado aumento da obesidade e sobrepeso em razão do sedentarismo e da ingestão de alimentos gordurosos que podem acarretar enfermidades cardiovasculares e das doenças como diabetes, hipertensão, aumento do colesterol e de triglicérides, aterosclerose, problemas articulares e câncer, que estão associadas à obesidade.
É prudente afirmar que as causas desse absenteísmo não pode ser legado apenas aos estudantes, a escola tem a sua parcela, quando estabelece a aula prática no turno oposto o que contribui para as faltas discentes. No entanto, deve ficar bem claro que uma aula prática semanal não oferece efeitos fisiológicos e vai de encontro ao que prevê a Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda atividade física três vezes por semana.
No tocante ao número de aulas de educação física há um enorme abismo entre ao estipulado e ao que seria ideal, tanto para práticas como para as teóricas. Se olharmos atentamente a LDBEN verificaremos que ela prevê a obrigatoriedade das diversas disciplinas, mas não especifica a carga horária de nenhuma. Como é o Projeto Político Pedagógico que rege os destinos da escola, ele deveria explicitar a carga horária das disciplinas.
Contribuem para esse quadro a própria merenda escolar que é fornecida ao corpo discente pelo poder público – com algumas exceções – que não está preocupado em ofertar uma merenda balanceada, sendo que muitas vezes há repetição de biscoito e achocolatado, que contribuem com o ganho de peso. Sabe-se que para a prevenção da obesidade a alimentação deverá ser adequada e conter os nutrientes necessários como: proteína animal, vegetais, frutas, cereais, legumes e hortaliças.
Por outro lado, fica evidenciado que muitos pais não são adeptos da atividade física e os filhos(as) os(as) seguirão e o tempo que poderia ser aproveitado é passado em frente à televisão ou do computador. Não podemos nos olvidar de que não existe nas escolas, notadamente na maioria das públicas, a prática continuada da Educação Física que permita ao corpo discente agir de maneira eficaz na manutenção da saúde e de saber usar os momentos de lazer, tornando-se assim responsáveis pelo controle de sua atividade física como explicita os PCNEF.
De acordo com Guedes e Guedes (1998), a falta de exercícios é considerada como um dos principais fatores de risco para desenvolver os distúrbios orgânicos, pois eles contribuem para a modificação dos fatores de risco.
A adoção da prática da atividade física é uma aliada poderosa do tratamento e da prevenção da obesidade. É através dela que o excesso de calorias ingerido será gasto evitando-se o acúmulo de gorduras, ou seja, a obesidade.
É sabido que a obesidade reduz a expectativa de vida em razão das doenças por ela provocadas, portanto, a escola deve contribuir para prevenir e combater a obesidade e o sobrepeso, contando com a participação efetiva do alunado, do corpo docente e da família.
REFERÊNCIAS
Brasil, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996.
Brasil, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC/Sef, 1998
Guedes, Dartagnan  Pinto; Guedes, Joana Elisabete. Controle do Peso Corporal. Editora Midiograf. Londrina, 1998.

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